Ngamo Sualehe, Mocímboa da Praia

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Antes do conflito, lá na minha terra, fazia negócio de bolinhos. Com o dinheiro, comprava comida, roupas para as crianças, também abria machambas, onde produzia.

É a primeira vez que vejo essa situação de guerra, essa não é como as outras, é perigosa, matam pessoas com faca, queimam casas e expulsam famílias da terra delas. Muitas mulheres e raparigas sofreram violações.

Cheguei aqui por causa da guerra, fugi de Mocímboa da Praia. Outras pessoas da família, não sei onde estão, se estão vivas ou mortas. Aqui não faço nada, não tenho feito nenhum trabalho que gera rendimento para comprar comida ou roupa, nem recebo subsídio e poucas vezes recebo os alimentos distribuídos. Por isso, estou no sofrimento.

É preciso acabar a guerra, todos estarmos juntos, chamar os que fazem a guerra, os governantes, sentarem com eles e conversarem bem. Quero voltar para a minha terra, porque lá tinha acostumado e não sofria como aqui. Não sei dizer se ainda estão lá os insurgentes, só agora não atacam como antes, mas os que continuam lá, vão dizer se está bom ou não.