Zaida Aliasse, Mocímboa da Praia

compartilhe esta história:

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on email
Share on print

Tenho 72 anos, vim aqui por causa da guerra. A maior parte da minha família não sei onde está, não tenho notícias de ninguém. Mesmo o paradeiro da minha filha, a mãe do neto que veio comigo, eu não conheço. Cada um fugia da sua maneira.

Lá em Mocímboa, fazia negócio de bolinhos e vendia para sobreviver, tinha machamba de arroz onde produzia para alimentar a família. Eu e o meu marido sonhávamos em aumentar a produção das nossas terras.

Agora a vida mudou. Está difícil viver com pessoas diferentes, que não conheço, nem são familiares. Aqui não tenho uma casa condigna, falta roupa, comida e machambas para produzir. Não tenho trabalho, ganhar dinheiro está difícil.

Estou a sonhar voltar para casa, para Mocímboa da Praia, continuar a trabalhar nas minhas machambas para podermos comer. Mas é preciso acabar a guerra. Os governantes e os que fazem a guerra devem sentar-se e dizer o que cada um quer.